15 de novembro de 2024

Tribunal de Contas da União Aprova Solução Consensual para Concessões de Telefonia da Oi

By Bruna Seiboth jul4,2024
Tribunal de Contas da União

Tribunal de Contas da União Aprova Solução Consensual para Concessões de Telefonia da Oi

Nesta quarta-feira, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou uma proposta de solução consensual para resolver controvérsias nos contratos de concessão do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) envolvendo a operadora Oi (OIBR3), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Ministério das Comunicações. Esse acordo possibilitará à Oi prestar serviços com uma autorização, ao invés de em regime de concessão, em troca de investimentos de R$ 5,9 bilhões no setor de telecomunicações.

Detalhes do Acordo

O acordo inclui investimentos em infraestrutura de telecomunicações, abrangendo escolas, data centers e cabos submarinos, conforme comunicado tanto da operadora quanto do TCU. Além disso, há uma cláusula que prevê a possibilidade de investimentos adicionais de até R$ 2,3 bilhões, caso a arbitragem promovida pela Oi resulte em valores superiores a R$ 12,5 bilhões.

Os contratos de concessão do STFC têm vencimento previsto para o final de 2025. Até então, a Oi, que é a maior concessionária do STFC, junto com outras concessionárias, e a Anatel estavam em disputas em câmaras de arbitragem, buscando o reequilíbrio financeiro dos contratos. A Oi, atualmente em recuperação judicial, ressaltou que as obrigações do regime de concessão do serviço de telefonia fixa não correspondem às demandas reais da população, resultando em operações deficitárias desde 2016 e contribuindo para a crise atual da empresa.

Impacto na Oi

O presidente-executivo da Oi, Mateus Bandeira, afirmou que os termos do acordo permitirão à empresa buscar o equilíbrio econômico-financeiro da operação. Segundo Bandeira, a migração para um regime de autorização representa uma redução de custos significativa para a Oi. No entanto, a resolução ainda depende da conclusão de negociações com a Advocacia-Geral da União (AGU).

O acordo prevê a manutenção dos serviços de telefonia fixa até 2028, incluindo telefones públicos, nas 10 mil localidades onde a Oi é a única prestadora de serviços de chamadas de voz. A V.tal, empresa de operação de rede neutra de fibra óptica criada a partir da rede da Oi, também faz parte do acordo e participará tanto dos investimentos previstos quanto das garantias exigidas pela lei.

Consequências para o Setor

De acordo com o TCU, o desligamento abrupto dos contratos de concessão deixaria mais de três milhões de pessoas sem alternativas de comunicação e imporia custos à União, que teria que assumir a prestação de serviços, com custos anuais estimados entre R$ 2 bilhões e R$ 4 bilhões. Embora a telefonia fixa esteja em declínio de uso, ainda é considerada essencial para certos serviços, como manutenção de serviços de emergência e utilidade pública, além de funcionar como pontos de interconexão.

A aprovação da proposta pelo TCU é um passo significativo para a resolução das disputas envolvendo a Oi, a Anatel e o Ministério das Comunicações. O acordo não apenas possibilita à Oi uma redução de custos operacionais e a busca pelo equilíbrio financeiro, mas também garante a continuidade dos serviços de telefonia fixa em regiões onde a Oi é a única prestadora. Esse desenvolvimento é crucial para evitar a interrupção dos serviços e os custos elevados que a União teria que arcar.