A mineradora chilena SQM está estudando tecnologias de Extração Direta de Lítio (DLE) para expandir a produção no Salar de Atacama. Objetivo é aumentar a produção anual de lítio para 300.000 toneladas métricas até 2060.
SQM Foca em Tecnologias de Extração Direta de Lítio para Aumentar Produção
A mineradora chilena SQM (Sociedad Química y Minera de Chile) está intensificando seus esforços para adotar tecnologias de Extração Direta de Lítio (DLE) a fim de expandir rapidamente a produção de lítio no Salar de Atacama. A empresa pretende selecionar uma ou mais tecnologias DLE até o próximo ano, conforme anunciado por um executivo na quarta-feira.
Importância das Tecnologias DLE
O uso de tecnologias DLE é fundamental para o recente acordo de joint venture da SQM com a estatal Codelco, anunciado no mês passado. Essa iniciativa faz parte do esforço do presidente Gabriel Boric para reduzir o uso de lagoas de evaporação que desperdiçam água durante a produção de lítio. O Chile, que possui as maiores reservas de lítio do mundo, é o segundo maior produtor global, ficando atrás apenas da Austrália. A produção de lítio no país é liderada pela SQM e pela rival Albemarle, que também está planejando adotar tecnologias DLE.
Desafios e Testes Piloto
Carlos Diaz, chefe da divisão de lítio da SQM, revelou que a empresa estudou mais de 70 tecnologias DLE antes de selecionar 12 para testes piloto. Atualmente, dois desses testes estão em andamento. Dado o grande tamanho e a complexidade química do Salar de Atacama, a SQM provavelmente escolherá várias tecnologias DLE para implementar e aumentar a produção anual de lítio para uma faixa de 280.000 a 300.000 toneladas métricas até 2060. Este ano, a produção está estimada em 200.000 toneladas métricas.
Diaz, que é engenheiro e trabalha na SQM desde 1996, destacou que é difícil escolher uma única tecnologia que se adapte a todos os tipos de produtos químicos presentes nas salmouras. “Gostaríamos de ter várias soluções DLE”, disse ele.
Considerações Ambientais e Operacionais
Entre as principais considerações para a escolha das tecnologias DLE, está o maior uso de eletricidade em comparação com as lagoas de evaporação, bem como o uso significativo de água doce por algumas versões dessas tecnologias. A empresa também está preocupada com os efeitos da reinjeção de salmoura após a separação do lítio nos aquíferos locais. “É preciso ter muito cuidado com a forma como se afeta o equilíbrio ambiental dos aquíferos”, afirmou Diaz.
Processo de Licenciamento e Expansão Internacional
Após a seleção das tecnologias DLE, a SQM terá que solicitar licenças ambientais junto aos reguladores chilenos, um processo que pode levar até três anos. Enquanto isso, a empresa continua investindo em mineração de lítio em rochas duras fora do Chile, como parte de um esforço para diversificar e ampliar seu foco geográfico. Entre os investimentos está a participação na Azure Minerals da Austrália.
Perspectivas Futuras
Aurora Williams, ministra de minas do Chile, afirmou em abril que não planeja impor um tipo específico de tecnologia DLE para uso no país. A SQM, por sua vez, está explorando alternativas fora do Chile para diversificar suas fontes de lítio e atender à crescente demanda global. “Para continuar a aumentar a produção de lítio à medida que a procura aumenta, precisamos diversificar e procurar novos recursos”, disse Diaz.
A adoção de tecnologias de Extração Direta de Lítio representa um passo crucial para a SQM no esforço de aumentar sua produção de lítio e reduzir o impacto ambiental associado ao uso de lagoas de evaporação. Com investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento, além de parcerias estratégicas, a SQM está posicionada para liderar a produção de lítio de maneira sustentável e eficiente, atendendo à crescente demanda global por esse metal essencial para baterias de veículos elétricos.