Santander revisa projeções para a Selic, prevendo manutenção na próxima reunião e dois cortes nos últimos encontros de 2024, citando piora nas expectativas econômicas.
O Santander revisou suas projeções para a taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião de política monetária do Banco Central, agora esperando sua manutenção, e elevou sua projeção para a Selic a 10,0% no final de 2024. A revisão considera dois cortes nos dois últimos encontros do ano, em meio a mudanças nas expectativas econômicas.
Revisão da Projeção da Selic
Anteriormente, o banco projetava a Selic a 9,75%. No entanto, a piora das expectativas para o horizonte da política monetária desde a reunião de maio e o impacto nas principais variáveis que alimentam as projeções de inflação do Banco Central foram fatores decisivos para a revisão. O Santander destacou que a inflação atual, as expectativas fiscais e os preços das commodities pioraram, contribuindo para a atualização das projeções.
Influência da Depreciação do Real
Uma das principais mudanças apontadas pelo Santander é a depreciação do real em comparação com o dólar, que impactou negativamente as expectativas inflacionárias. Com isso, o banco agora estima que as previsões de inflação do Banco Central serão atualizadas para 4,0% em 2024 e 3,4% em 2025, em comparação com as previsões anteriores de 3,8% e 3,3%, respectivamente.
Expectativas para o Ciclo de Afrouxamento Monetário
Para justificar a projeção de dois cortes de 0,25 ponto percentual na Selic nas reuniões de novembro e dezembro do Comitê de Política Monetária (Copom), o Santander considera a expectativa de início do ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos no quarto trimestre. Além disso, o banco acredita que a dinâmica de inflação atual continuará benigna até o fim do ano, que as expectativas de inflação não se deteriorarão mais e que a atividade econômica voltará à tendência de desaceleração no segundo trimestre, devido ao menor impulso fiscal.
Impacto na Economia
A manutenção da Selic e a possibilidade de cortes futuros refletem a resposta do Banco Central às condições econômicas voláteis e às incertezas no cenário global. A revisão das projeções pelo Santander sinaliza a necessidade de ajustes nas expectativas de investidores e analistas sobre a trajetória dos juros e da inflação nos próximos anos.
O Santander ajustou suas previsões para a Selic, refletindo uma visão mais cautelosa diante das recentes mudanças econômicas e das expectativas de inflação. A manutenção da Selic na próxima reunião e os cortes projetados para o final de 2024 destacam a complexidade do cenário econômico atual e a necessidade de monitoramento constante das variáveis que influenciam a política monetária.