Descubra como os índices FTSE 100 e FTSE 250 reagiram à temporada de lucros corporativos e ao corte de taxas de juros pelo Banco da Inglaterra. Saiba mais sobre os principais ganhos e as expectativas futuras do mercado.
Os índices FTSE 100 e FTSE 250 tiveram uma semana movimentada, influenciados pela temporada de lucros corporativos e pelo primeiro corte nas taxas de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE) em mais de quatro anos, anunciado na quinta-feira. O Footsie recuou para £8.283 na quinta-feira, a partir do máximo desta semana de £8.400, enquanto o índice FTSE 250 de tamanho médio estava sendo negociado a £21.460.
Uma das principais notícias desta semana foi a decisão do BoE de cortar as taxas de juros. No comunicado de quinta-feira, o banco reduziu as taxas em 25 pontos base e sugeriu que mais cortes poderiam estar a caminho. Essa decisão foi motivada pela recente inflação e pelas tendências econômicas do país, com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) permanecendo na meta do banco de 2,0% nos últimos meses.
Apesar de sinais de resiliência na economia britânica, como o crescimento do PIB de 0,4% em maio e fortes PMIs de vendas no varejo, manufatura e serviços, há preocupações subjacentes. A nova Chanceler do Tesouro, Rachel Reeves, destacou um déficit de £32 bilhões, o que pode levar a aumentos de impostos. Analistas acreditam que o BoE pode cortar as taxas mais uma ou duas vezes este ano, especialmente se a inflação continuar a cair. O ING prevê que o BoE poderá cortar as taxas mais rapidamente do que atualmente admite, à medida que a inflação dos serviços e o crescimento dos salários melhorem.
O FTSE 100 reagiu a uma série de ganhos importantes nos EUA e no Reino Unido. Nos EUA, empresas como Amazon, Meta Platforms, Apple e Microsoft publicaram seus resultados. Enquanto a Apple superou as expectativas, a Amazon enfrentou um trimestre difícil, resultando em um rebaixamento pelos analistas da Piper Sandler.
No Reino Unido, a Rolls-Royce e o International Consolidated Airline Group (IAG) publicaram fortes resultados financeiros e retomaram os pagamentos de dividendos. St. James Place, o maior gestor de fortunas do Reino Unido, também divulgou números positivos, indicando uma recuperação em andamento. Outras empresas como Barclays, Next PLC e Shell apresentaram resultados robustos, contribuindo para a estabilidade do FTSE 100.
Os índices FTSE 100 e FTSE 250 continuarão em destaque na próxima semana, com várias grandes empresas divulgando seus resultados financeiros. A Glencore, gigante mineradora, será uma das principais ações a serem observadas, especialmente após a aquisição do negócio de carvão da Teck Resources. A empresa enfrenta resistência de alguns investidores em relação ao plano de transformar seu negócio de carvão em uma entidade independente. Além disso, o Reino Unido acusou Alex Beard, ex-chefe do negócio de comércio de petróleo da Glencore, de corrupção, o que pode impactar a percepção dos investidores. O preço das ações da Glencore caiu para 415p na quinta-feira, seu ponto mais baixo desde 26 de março.
O Intercontinental Hotels Group (IHG) também estará em foco ao divulgar seus resultados na próxima quarta-feira. As ações do IHG caíram para 7.620p, o ponto mais baixo desde 24 de fevereiro, formando um padrão de topo duplo que sugere possíveis desvantagens futuras.
No FTSE 250, o International Workplace Group (IWG), empresa-mãe da Regus, HQ, BasePoint e OpenOffice, divulgará seus números. A IWG, rival da WeWork, beneficiou-se do colapso desta última, tornando-se a maior empresa do setor globalmente. Suas ações, no entanto, permanecem 20% abaixo de seu ponto mais alto este ano.
A Abrdn, uma empresa de investimentos em dificuldades, também divulgará seus resultados. As ações da Abrdn subiram quase 30% em relação ao ponto mais baixo deste ano, com investidores prevendo uma recuperação. Por fim, a WPP, maior agência de publicidade do mundo, divulgará seus números em meio a uma correção em suas ações, causada pela redução dos orçamentos de marketing por muitas empresas.
A semana movimentada para os índices FTSE 100 e FTSE 250, marcada pelo corte de taxas de juros pelo Banco da Inglaterra e a temporada de lucros corporativos, mostra um cenário econômico complexo e dinâmico. A decisão do BoE e os ganhos das principais empresas indicam um mercado em transformação, com investidores atentos às próximas movimentações e resultados.