Os contratos futuros de minério de ferro na Bolsa de Dalian registraram uma alta de 1,5% nesta sexta-feira, impulsionados por estímulos econômicos da China, mas enfrentam perdas semanais devido a preocupações com a demanda do setor imobiliário.
Nesta sexta-feira, os contratos futuros de minério de ferro na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) tiveram uma recuperação importante após uma sequência de três sessões de queda. O contrato de setembro, o mais negociado, encerrou o dia com uma alta de 1,5%, alcançando 779 iuanes por tonelada, equivalente a aproximadamente 107,45 dólares. No entanto, apesar dessa alta pontual, o contrato ainda registrou uma perda acumulada de 2,75% na base semanal, refletindo a complexidade da situação do mercado.
A elevação dos contratos futuros foi impulsionada por um pacote de estímulo econômico significativo anunciado pela China, principal consumidor global de minério de ferro. O governo chinês destinou 300 bilhões de iuanes (cerca de 41,40 bilhões de dólares) para a recuperação econômica, incluindo subsídios voltados para a substituição e atualização de bens de consumo e industriais que utilizam aço. Este estímulo tem como objetivo reaquecer a atividade manufatureira e fornecer suporte ao setor de aço, crucial para a indústria de construção e infraestrutura.
Apesar dessas medidas, o impacto positivo pode não ser suficiente para resolver as preocupações mais profundas que afetam o mercado de minério de ferro. A fraqueza persistente no setor imobiliário da China continua a ser um fator crucial. O setor imobiliário enfrenta uma desaceleração significativa, que afeta diretamente a demanda por aço e minério de ferro, dado que a construção civil é um dos maiores consumidores desses materiais.
Em contrapartida, o minério de ferro de referência para agosto na Bolsa de Cingapura avançou 1,94%, alcançando 101,85 dólares por tonelada. Este movimento positivo é um reflexo das notícias sobre os novos estímulos econômicos, mas o contrato ainda enfrenta uma queda acumulada de 4,41% nesta semana. Este desempenho negativo está se aproximando da maior perda semanal desde 7 de junho, evidenciando a volatilidade e incerteza que marcam o mercado.
Analistas destacam que, embora o pacote de estímulo ofereça suporte à atividade manufatureira, sua eficácia em mitigar os desafios enfrentados pelo setor de construção é limitada. A contínua baixa atividade no setor imobiliário e o sentimento de incerteza entre os consumidores chineses em relação aos imóveis permanecem como questões prementes. Esses fatores contribuem para a manutenção de um mercado de minério de ferro instável, com desafios que vão além do impacto imediato dos estímulos econômicos.
A situação é ainda mais complexa com os recentes dados sobre os estoques de aço na China. De acordo com informações da consultoria Mysteel, os estoques de produtos siderúrgicos acabados em armazéns de 132 cidades chinesas caíram 0,8% em relação à semana anterior, atingindo um nível de 21 milhões de toneladas, o mais baixo em um mês. No entanto, esses estoques subiram 11,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior, evidenciando a tensão contínua no mercado.
O mercado agora está atento à próxima reunião do Politburo da China, que está programada para a próxima semana. Investidores e analistas aguardam possíveis novas medidas que possam ser anunciadas para apoiar o crescimento econômico e fornecer mais estabilidade ao mercado de aço e minério de ferro. A reação do mercado a essas possíveis políticas será crucial para determinar as tendências futuras e a recuperação da confiança no setor.
Enquanto o mercado continua a absorver o impacto dos estímulos econômicos e as preocupações contínuas com o setor imobiliário, a volatilidade dos contratos futuros de minério de ferro é um reflexo das incertezas que ainda permeiam o mercado global. A combinação desses fatores cria um ambiente desafiador para investidores e analistas, que precisam monitorar de perto os desenvolvimentos econômicos e políticos para entender as direções futuras do mercado.