O mercado de NFTs registrou em julho e agosto os dois meses mais fortes desde fevereiro de 2025. Esse resultado revela um movimento de recuperação gradual, marcado pela entrada de novos colecionadores e pelo retorno de investidores mais antigos. A valorização reflete não apenas o aumento no volume, mas também a disposição em pagar mais por cada venda realizada.
Adoção impulsiona o mercado de NFTs
Segundo a DappRadar, os volumes subiram 9% em agosto. Contudo, o número de vendas caiu 4%, mostrando uma mudança de comportamento: menos ativos circularam, mas por valores maiores. Ao mesmo tempo, a CoinGecko destacou que os volumes saltaram 25% em apenas 24 horas, alcançando US$ 7,9 milhões.
Esse movimento encontra sustentação em novas formas de adoção. Um exemplo foi a boate Hï, em Ibiza, que inaugurou a primeira galeria de arte permanente de NFTs dentro de um clube. Obras de artistas como Beeple e Mad Dog Jones ganharam espaço em um ambiente inédito, misturando música e arte digital. Além disso, a Base, rede de segunda camada da Coinbase, tornou-se a terceira maior em volume. Isso ocorreu devido aos baixos custos de mintagem e à expectativa de possíveis airdrops.
Ethereum mantém liderança do setor
Apesar da diversificação de plataformas, o Ethereum continua como a principal força do setor. Em agosto, a rede concentrou 61% do volume de negociação. Desenvolvedores também apresentaram os chamados agentes sem confiança, que permitem a interação entre sistemas de IA e DApps usando IDs baseadas em NFTs. Essa inovação reforça o potencial da tecnologia para aplicações além da arte digital, abrindo caminho para sistemas descentralizados mais seguros.
Investidores e colecionadores retornam ao mercado
Em agosto, o mercado de NFTs registrou US$ 578 milhões em negociações, com 5,5 milhões de vendas. Esses números superaram julho, que contabilizou US$ 530 milhões e 5,2 milhões de vendas. Janeiro, no entanto, permanece como o maior mês de 2025, com US$ 997 milhões, embora tenha registrado menos transações.
Para especialistas, o retorno dos volumes mostra que o setor atrai novamente investidores e colecionadores. Yehudah Petscher, estrategista da CryptoSlam, destacou em maio que a recuperação seria possível, embora menos intensa que nos ciclos anteriores. Os dados atuais confirmam a análise, apontando para um crescimento mais consistente e equilibrado.
Oscilações recentes e sinais de valorização
O setor de NFTs enfrentou quedas significativas nos últimos anos. No primeiro trimestre de 2025, os volumes caíram 61%, alcançando apenas US$ 1,5 bilhão. O ano anterior já havia sido considerado o mais fraco desde 2020. Contudo, agosto trouxe sinais mais animadores, com a capitalização do mercado atingindo US$ 9,3 bilhões, aumento de 40% sobre julho. Coleções baseadas em Ethereum valorizaram junto com a alta do Ether, reforçando a interligação entre os dois mercados.
Principais coleções em destaque
Entre as coleções de maior relevância, o CryptoPunks se manteve no topo, movimentando US$ 1,2 milhão em apenas 24 horas. A Infinex Patrons apareceu em segundo lugar, com negociações focadas em governança e um volume de US$ 7.733. Em seguida, o Bored Ape Yacht Club registrou US$ 208.617 em vendas, consolidando-se como uma das marcas mais reconhecidas. Esses dados mostram que, mesmo em meio às oscilações, coleções tradicionais mantêm forte apelo e liquidez.
Conclusão
O mercado de NFTs atravessa uma fase de retomada, sustentada por adoção crescente, inovações tecnológicas e maior interesse de colecionadores. Embora o setor ainda enfrente volatilidade, os volumes recentes confirmam sinais de recuperação. O futuro dependerá da capacidade de integrar novas aplicações, ampliar o ecossistema e consolidar a confiança dos investidores. A evolução indica que os NFTs seguem como peça importante no universo dos ativos digitais, com potencial para expandir além do campo artístico.
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