O Banco Central (BC) e o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciaram uma importante decisão sobre o cronograma de transição no provisionamento de instituições financeiras. A nova resolução nº 4.966, que entra em vigor em 1º de janeiro, visa suavizar os impactos no capital regulatório das instituições financeiras. Analistas, especialmente os que monitoram o setor bancário, receberam bem a adoção de um cronograma gradual. Essa decisão, portanto, traz implicações diretas para o mercado financeiro, o que explicamos a seguir, destacando também as perspectivas para 2025.
O cronograma de transição no provisionamento:
A resolução nº 4.966 do BC estabelece mudanças nos critérios de provisionamento para os bancos, com a adoção do IFRS9, que altera o reconhecimento de perdas e os critérios de hedge nas instituições financeiras. Se o BC implementasse essa mudança de maneira abrupta, o impacto seria significativo. Portanto, o BC optou por um cronograma gradual, com o objetivo de reduzir os impactos no capital regulatório das instituições financeiras. Assim, de acordo com o novo cronograma, o impacto negativo esperado nas instituições financeiras será limitado a 25% da expectativa inicial em 2025. Consequentemente, esse alívio gradual traz boas notícias para o setor bancário, permitindo que os bancos se ajustem à nova realidade sem comprometer a estabilidade financeira. Além disso, analistas como Daniel Vaz e Maria Luisa Guedes, do Safra, destacaram que a flexibilidade adotada pelo BC é positiva para os bancos de sua cobertura.
Como o cronograma de transição afeta os bancos:
A decisão impacta diretamente o setor bancário, especialmente os grandes bancos como Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC3) e Santander Brasil (SANB11), que devem, portanto, ver uma redução no impacto imediato do novo modelo de provisionamento. Isso pode, consequentemente, melhorar sua performance no curto prazo. Por outro lado, o Itaú Unibanco (ITUB3) está mais preparado para a mudança, o que torna a análise dos especialistas mais neutra. Além disso, a transição gradual proposta pelo BC facilita a adaptação às exigências internacionais do Comitê de Basileia, permitindo ajustes no capital regulatório sem comprometer a estabilidade financeira.
Implicações para o mercado financeiro em 2025 e 2026:
Em 2025, o impacto da resolução será limitado a 25% da expectativa inicial, uma redução considerável em relação ao impacto total que poderia ocorrer sem o cronograma. Para 2026 e 2027, a transição continuará com redução de 50% e 75%, respectivamente. Esse ajuste gradual diminui o risco de volatilidade no mercado bancário, permitindo que as instituições se adequem aos novos requisitos de forma mais controlada. Além disso, a medida deve proporcionar maior previsibilidade e confiança aos investidores, que podem ter ficado preocupados com os efeitos adversos da mudança repentina no provisionamento. A flexibilidade proporcionada pelo cronograma de transição no provisionamento oferece um cenário mais estável para os próximos anos, o que é positivo para os bancos e para o mercado como um todo.
Conclusão:
O mercado recebeu positivamente a decisão do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional de adotar um cronograma de transição no provisionamento. Essa medida permite que o setor se adapte gradualmente às novas regras de provisionamento, com impactos progressivos até 2028. Para os bancos, ela reduz o impacto imediato e suaviza o efeito sobre o capital regulatório. O cronograma ajuda o setor bancário a se ajustar sem comprometer a estabilidade financeira, ao mesmo tempo em que garante a conformidade com as normas internacionais.
Impacto das resoluções do Banco Central no mercado financeiro