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Crise do bolívar e inflação na Venezuela em 2025

crise econômica da Venezuela

Crise do bolívar e inflação na Venezuela em 2025

A crise econômica da Venezuela alcançou um ponto crítico em 2025. A inflação disparou, o bolívar perdeu mais de 70% de valor frente ao dólar e a população enfrenta enorme dificuldade para sobreviver. Enquanto Nicolás Maduro acusa pressões externas, os venezuelanos sentem diariamente o impacto da desvalorização monetária e da perda de poder de compra.

Inflação em níveis históricos

O Fundo Monetário Internacional projeta para a Venezuela a maior inflação do planeta neste ano. Os preços aumentam a cada semana e os salários em bolívares rapidamente perdem valor. No câmbio oficial, o dólar é cotado a 178 bolívares. Já no mercado paralelo, ultrapassa 288, diferença que agrava distorções de preços e alimenta a desconfiança no sistema financeiro.

Essa instabilidade atinge diretamente as famílias. Aposentados recebem benefícios que, convertidos, não ultrapassam 120 dólares mensais. Trabalhadores veem seu salário evaporar em poucos dias, obrigando muitos a buscar atividades informais para completar a renda. A dolarização de fato se tornou regra, ainda que o governo tente manter o bolívar em circulação.

Pressões políticas e militares

Enquanto a população enfrenta carestia e incerteza, Maduro reforça sua narrativa contra os Estados Unidos. Washington mantém navios de guerra no Caribe sob o argumento de combater o narcotráfico. Caracas, porém, interpreta essa presença como uma tentativa de mudança de regime.

Apesar do discurso militar, as sanções econômicas são o fator mais relevante. Empresas estrangeiras precisam de autorização americana para negociar com a estatal de petróleo PDVSA. Essa barreira limita investimentos, reduz exportações e mantém a economia sem liquidez suficiente.

Dependência do petróleo

A crise econômica da Venezuela continua ligada à dependência histórica do petróleo. Em agosto, o país produziu cerca de 936.000 barris diários, segundo a Opep. O número supera os 867.000 registrados em dezembro de 2024, mas continua distante do potencial produtivo.

O petróleo ainda sustenta parte da economia, mas a ausência de diversificação torna o país extremamente vulnerável. A cada oscilação internacional ou sanção externa, a arrecadação despenca. Sem novas fontes de produção e inovação industrial, a recuperação segue limitada e dependente do barril.

Economia dolarizada e desigual

No comércio, os preços são calculados em dólares e apenas convertidos em bolívares para exibição oficial. Essa prática gera distorções, amplia a inflação e aprofunda desigualdades. Quem tem acesso a moeda forte consegue preservar algum poder de compra. Quem depende apenas do salário em bolívares, por outro lado, enfrenta dificuldades extremas.

Aplicativos autorizados pelo governo, como Kontigo e Crixto, permitem transações em criptomoedas e moedas estáveis. Essas alternativas, porém, alcançam apenas parte da população. A exclusão digital impede milhões de venezuelanos de utilizarem essas plataformas, aumentando a vulnerabilidade social.

Impactos sociais da crise

A inflação e a desvalorização da moeda atingem duramente aposentados e trabalhadores. Muitos precisam vender produtos caseiros, prestar serviços informais ou depender de remessas enviadas por familiares no exterior.

Os serviços públicos sofrem igualmente. Hospitais enfrentam falta de insumos básicos, e escolas lidam com evasão crescente. A crise econômica da Venezuela extrapola os números e atinge diretamente a vida cotidiana, aprofundando pobreza e desigualdade social.

Perspectivas para o futuro

Apesar de alguns sinais positivos, como o crescimento modesto das exportações de petróleo, a economia venezuelana continua fragilizada. Sem estabilização cambial, redução da inflação e atração de investimentos, o cenário permanece incerto.

A dolarização parcial e as sanções internacionais reduzem as margens de manobra. O governo insiste em destacar crescimento de setores específicos, mas a maioria da população não sente melhorias reais em seu dia a dia.

Conclusão

A crise econômica da Venezuela em 2025 reflete a combinação de fatores internos e externos. O bolívar segue em queda, a inflação avança e a dependência do petróleo limita alternativas de recuperação. Enquanto Maduro aponta para pressões externas, a população convive com salários insuficientes e serviços deteriorados. O futuro dependerá da capacidade do país em diversificar sua economia, negociar alívio das sanções e restaurar a confiança no sistema monetário.


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