O crescimento econômico dos EUA acelerou no segundo trimestre devido aos gastos dos consumidores e ao aumento de estoques, mantendo as expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve em setembro.
O crescimento econômico dos Estados Unidos no segundo trimestre de 2024 foi impulsionado por sólidos gastos dos consumidores e pelo aumento de estoques. O relatório do Departamento de Comércio, divulgado nesta quinta-feira, deve mostrar que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a uma taxa anualizada de 2,0% durante o período. Essa aceleração ainda mantém intactas as expectativas de um possível corte na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro.
Apesar dos fortes aumentos das taxas de juros em 2022 e 2023, a economia americana continua a superar seus pares globais. Um dos fatores principais para esse desempenho é um mercado de trabalho resiliente, embora a taxa de desemprego tenha subido para 4,1%, a maior em dois anos e meio.
Os economistas consultados pela Reuters esperam que o PIB do segundo trimestre mostre um crescimento um pouco acima do ritmo de 1,8%, considerado pelo Fed como a taxa de crescimento não inflacionária. As estimativas variavam de 1,1% a 3,4%. Contudo, uma redução no déficit do comércio de bens em junho e o aumento dos estoques no varejo e atacado levaram o Fed de Atlanta a ajustar sua estimativa de crescimento do PIB de 2,7% para 2,6%.
No primeiro trimestre, a economia cresceu a uma taxa de 1,4%. Embora o crescimento no segundo trimestre permaneça abaixo do ritmo de 4,2% registrado no segundo semestre do ano passado, ele ainda representa uma aceleração significativa.
Os gastos dos consumidores, que representam mais de dois terços da economia, aumentaram a uma taxa de aproximadamente 2,0%, após uma desaceleração para 1,5% no trimestre anterior. Grande parte desse aumento nos gastos ocorreu em junho, refletindo a confiança dos consumidores na economia.
Além dos gastos dos consumidores, as empresas também acumularam mais estoques, o que pode adicionar pelo menos um ponto percentual ao crescimento do PIB. Nos dois trimestres anteriores, os estoques foram um empecilho para o crescimento. Com o aumento dos estoques previsto, a demanda interna deve crescer em torno de 2,4%.
O aumento no crescimento do PIB é um indicador positivo para a produtividade, pois a aceleração na produtividade pode diminuir o ritmo de aumento dos custos de mão de obra e, consequentemente, as pressões inflacionárias. Espera-se que o índice de preços PCE, excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, tenha aumentado 2,7%, após um aumento de 3,7% no primeiro trimestre. O núcleo do PCE é uma das principais medidas de inflação monitoradas pelo Fed para alcançar sua meta de 2%.
A desaceleração da inflação no último trimestre, com leituras abaixo de 3% em todas as medidas, é uma boa notícia para o banco central dos EUA antes de sua próxima reunião de política monetária. Essa desaceleração pode influenciar a decisão do Fed em relação ao corte de juros esperado para setembro, conforme os dados mais recentes são analisados.
Em resumo, o crescimento econômico dos Estados Unidos no segundo trimestre foi fortalecido por um aumento nos gastos dos consumidores e na formação de estoques, refletindo um desempenho econômico robusto. No entanto, a desaceleração da inflação e o contexto econômico global ainda sugerem cautela nas expectativas de políticas monetárias futuras.