Bitcoin pode quebrar ciclo histórico de 4 anos
Ciclo de alta do Bitcoin desafia padrões históricos
O ciclo de alta do Bitcoin é amplamente associado ao modelo de quatro anos, marcado por fases de acumulação, euforia e queda. Entretanto, relatórios recentes sugerem que o momento atual pode não seguir essa lógica.
No passado, cada ciclo foi caracterizado por picos de euforia inconfundíveis. Em 2017, a febre das ICOs levou os preços às alturas. Já em 2021, os NFTs dominaram o mercado e impulsionaram o entusiasmo. Hoje, a dinâmica parece distinta, sem a mesma explosão especulativa.
Essa diferença está diretamente relacionada à entrada de novos players institucionais e a mudanças estruturais que sustentam os preços de maneira gradual.
Indicadores on-chain reforçam otimismo
Entre os principais sinais está o MVRV Z-Score, indicador que mede a relação entre o valor de mercado e o valor realizado do Bitcoin. Historicamente, topos de ciclo ocorrem quando esse índice ultrapassa 2. Atualmente, ele permanece abaixo de 1, apontando que ainda existe espaço para valorização.
Outro modelo é a chamada Somatória de Indicadores, que combina métricas como MVRV, SOPR, Múltiplo de Puell e Reserve Risk. Essa ferramenta só dispara alertas quando três ou mais métricas atingem extremos de euforia ou subvalorização. Até agora, não há sinal de superaquecimento, o que sugere continuidade do movimento positivo.
Pi Cycle Top não confirmou fim de ciclo
O conhecido Pi Cycle Top também reforça a perspectiva de continuidade. Ele utiliza médias móveis para identificar topos, mas ainda não sinalizou cruzamento. A ausência desse alerta indica que o mercado não chegou ao ponto de exaustão.
Contudo, analistas lembram que esse indicador depende de fases de euforia acelerada. Como o atual movimento parece mais estável e progressivo, o modelo pode não capturar com precisão a nova dinâmica.
Zona de euforia com intensidade moderada
Outro ponto relevante é a análise da Zona de Euforia. O Bitcoin atingiu novas máximas históricas, mas sem o exagero típico dos ciclos anteriores. A realização de lucros existe, porém de forma contida.
Essa euforia mais equilibrada reflete o amadurecimento do mercado. A entrada de ETFs de Bitcoin e o acúmulo em tesourarias corporativas absorvem grande parte da pressão vendedora, reduzindo volatilidade e impedindo quedas bruscas.
Demanda institucional altera fundamentos
O papel dos investidores institucionais é central no atual ciclo de alta do Bitcoin. Diferente dos ciclos passados, nos quais o varejo impulsionava os preços, hoje fundos e empresas sustentam a demanda.
Esse movimento cria um suporte sólido. ETFs injetam recursos continuamente, enquanto companhias adotam o ativo como reserva estratégica. Esse padrão reduz a dependência de momentos de euforia intensa e garante maior consistência na tendência de longo prazo.
Estrutura mais estável do mercado cripto
O amadurecimento da estrutura do mercado também torna antigos modelos menos confiáveis. Indicadores construídos em um ambiente dominado pelo varejo podem não capturar totalmente o impacto da demanda institucional.
Na prática, isso significa que, mesmo sem sinais claros de euforia extrema, o mercado pode continuar subindo de forma ordenada. Assim, a ausência de consenso entre os indicadores reforça a tese de que o atual ciclo é mais duradouro.
Riscos que não podem ser ignorados
Apesar do cenário otimista, riscos seguem presentes. Caso a liquidez global se reduza, os ETFs enfrentem saídas expressivas ou empresas precisem vender posições, o preço pode recuar.
Além disso, a política monetária global continua sendo fator de atenção. Taxas de juros elevadas podem reduzir o apetite por risco, enfraquecendo o fluxo de capital para criptoativos.
Porém, até o momento, esses elementos não invalidaram a perspectiva de que o mercado mantém espaço para novas valorizações.
Conclusão: um ciclo fora do padrão
O atual ciclo de alta do Bitcoin apresenta diferenças fundamentais em relação aos anteriores. Indicadores on-chain mostram que ainda não há sinais claros de euforia extrema. Além disso, a presença de ETFs e empresas de tesouraria mudou o equilíbrio do mercado, criando uma estrutura mais madura e estável.
Portanto, em vez de um movimento explosivo e breve, a tendência sugere um ciclo prolongado, que pode romper o padrão histórico de quatro anos. Para investidores, o momento representa oportunidade, mas exige cautela diante dos riscos macroeconômicos.
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