Carregando agora

Bitcoin em empresas latino-americanas ganha força com Nubank e Mercado Livre

Bitcoin em empresas latino-americanas

Bitcoin em empresas latino-americanas ganha força com Nubank e Mercado Livre

O avanço do Bitcoin em empresas latino-americanas marca uma nova etapa para o mercado corporativo da região. As gigantes Mercado Livre e Nubank, entre as três companhias mais valiosas da América Latina, decidiram incorporar a criptomoeda em suas reservas.

Esse movimento, além de significativo, reforça ainda mais a crescente aceitação institucional dos criptoativos e, portanto, demonstra a busca constante das empresas por maior diversificação patrimonial. Ao mesmo tempo, ocorre em um contexto de forte volatilidade econômica global, o que reforça a importância de estratégias sólidas de proteção de valor.

Além disso, a presença do Bitcoin nas tesourarias corporativas também indica claramente uma mudança estratégica na forma como as grandes corporações passaram a enxergar o valor e o potencial de longo prazo dos ativos digitais.


Mercado Livre fortalece sua exposição ao Bitcoin

O Mercado Livre tornou-se a primeira empresa pública da América Latina a investir em Bitcoin, ainda em 2021. Na época, o grupo destinou US$ 7,8 milhões à compra da criptomoeda, antecipando uma tendência que, anos depois, se espalharia entre grandes corporações regionais.

Em 2025, a empresa ampliou sua exposição e passou a deter 570,4 BTC, avaliados em cerca de US$ 61,4 milhões. Com um preço médio de compra de US$ 38.569, a companhia acumula ganhos expressivos de 179,5% sobre o investimento inicial.

Essa iniciativa, além de rentável, reforça a visão de longo prazo da companhia argentina. A aposta no Bitcoin reflete a confiança no potencial da tecnologia blockchain como ferramenta de proteção patrimonial e de inovação nos serviços financeiros.

Atualmente, o Mercado Livre ocupa a 62ª posição mundial entre empresas públicas que mantêm Bitcoin em caixa, ficando logo abaixo da brasileira Méliuz, que detém 604,7 BTC. Ambas representam a vanguarda da adoção corporativa de criptomoedas na América Latina.


Tendência regional e amadurecimento institucional

A presença crescente do Bitcoin em empresas latino-americanas evidencia a evolução do mercado financeiro da região. Corporações que antes tratavam criptoativos com cautela agora reconhecem seu papel estratégico em portfólios diversificados.

Além disso, a entrada da OranjeBTC, que estreou recentemente na B3 com 3.650 BTC em caixa, demonstra a consolidação de um movimento institucional robusto. O fortalecimento dessa tendência contribui para o amadurecimento do ecossistema regional, abrindo espaço para novas iniciativas empresariais baseadas em blockchain.

O aumento da confiança no setor também atrai investidores estrangeiros e reforça o posicionamento da América Latina como um polo emergente de inovação financeira.


Nubank e o avanço estratégico nas criptomoedas

A Nu Holdings, controladora do Nubank, anunciou em 2022 a alocação de 1% de seu patrimônio líquido em Bitcoin. O dado, registrado em documentos enviados à SEC nos Estados Unidos, confirma o interesse da empresa em integrar ativos digitais ao seu balanço.

Embora os valores exatos permaneçam sob sigilo, o movimento reflete a visão estratégica de longo prazo do banco digital. Em paralelo, o Nubank lançou um serviço de compra e venda de criptomoedas em sua plataforma, oferecendo aos clientes acesso facilitado ao mercado cripto.

Essa integração fortalece o papel do banco como líder em inovação tecnológica na América Latina. Segundo a Elos Ayta Consultoria, o valor de mercado da instituição saltou de US$ 49,9 bilhões para US$ 77,1 bilhões entre dezembro de 2024 e setembro de 2025 — um crescimento de 54%.

Para o CEO David Vélez, o Bitcoin representa o futuro dos serviços financeiros e um passo natural rumo à democratização do acesso a investimentos digitais.


Impactos para o futuro da economia regional

O avanço do Bitcoin em empresas latino-americanas vai além da inovação tecnológica. Ele representa uma estratégia de estabilidade financeira em um ambiente econômico historicamente volátil.

Ao adotar o Bitcoin como reserva de valor, companhias como Mercado Livre e Nubank fortalecem suas posições globais e estimulam o desenvolvimento de políticas corporativas mais abertas à descentralização.

Além disso, esse movimento tende a inspirar bancos e fintechs menores a seguir o mesmo caminho, ampliando a penetração dos ativos digitais nos balanços empresariais. Essa tendência, combinada ao crescimento das plataformas de investimento, pode transformar o perfil financeiro da região nos próximos anos.


Conclusão

A integração do Bitcoin em empresas latino-americanas simboliza uma mudança estrutural na forma como grandes corporações lidam com inovação e gestão de capital. A liderança de Mercado Livre e Nubank demonstra que o ativo digital já ultrapassou o estágio especulativo, tornando-se parte legítima da estratégia corporativa.

Esse avanço fortalece o posicionamento da América Latina no cenário global de criptoativos e indica que a região está preparada para competir em inovação, digitalização e inclusão financeira. O futuro do mercado corporativo latino-americano, portanto, será cada vez mais moldado pela presença dos ativos digitais.


Expansão das criptomoedas na América Latina: desafios e oportunidades