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BC reforça confiança em Selic de 15% para conter inflação

Selic em 15%

BC reforça confiança em Selic de 15% para conter inflação

O Banco Central reafirmou nesta terça-feira sua convicção de que manter a Selic em 15% por um período prolongado é essencial para conduzir a inflação de volta à meta de 3%. A posição foi apresentada na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e confirma a estratégia de estabilidade adotada pela instituição.

Segundo o documento, o cenário econômico tem evoluído conforme o esperado, o que fortalece a confiança do BC na atual política de juros. Para a autoridade monetária, a taxa de 15% é suficiente para garantir a convergência da inflação à meta, mesmo diante de críticas e pressões por cortes vindas de diferentes setores do governo.


Motivos para manter a Selic em 15%

O Copom justificou que os dados recentes de inflação indicam um comportamento mais benigno do que o projetado anteriormente. O avanço é visível sobretudo nos serviços, segmento com peso significativo no índice de preços e conhecido por sua rigidez diante de mudanças econômicas.

Embora a inflação de serviços ainda se mantenha mais resiliente, o BC destacou sinais claros de arrefecimento gradual, atribuídos à moderação da atividade econômica e à desaceleração do consumo das famílias. Esses fatores têm ajudado a conter pressões inflacionárias sem comprometer o ritmo de crescimento.

Além disso, a ata removeu o trecho que indicava que os núcleos de inflação estavam acima do compatível com a meta, o que reforça uma visão mais otimista sobre o controle dos preços. Para o BC, essa melhora demonstra que a política monetária vigente está produzindo os resultados esperados.


Avaliação do cenário econômico

De acordo com o Banco Central, a economia brasileira mantém trajetória de moderação, sinal de que o aperto monetário iniciado em ciclos anteriores continua surtindo efeito. O Copom ressaltou que a perseverança e a firmeza na manutenção da Selic em 15% são fundamentais para consolidar o processo de queda da inflação.

O documento também destacou que as expectativas de mercado para os preços seguem em declínio, ainda que mais concentradas nos prazos curtos. No entanto, já há um movimento mais nítido de convergência nos horizontes de médio e longo prazo, o que reforça a credibilidade da política monetária.

Para o BC, a condução paciente e serena da política de juros é o caminho mais seguro para alcançar a meta sem impor custos excessivos à atividade econômica. Essa estratégia evita volatilidade e assegura previsibilidade aos agentes do mercado.


Impactos fiscais e projeções futuras

O Banco Central informou ter incorporado, de forma preliminar, o impacto do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda, aprovado pelo Congresso e com previsão de vigência em 2026. A instituição reconheceu, porém, que essa estimativa é “bastante incerta”, por depender de fatores fiscais ainda em discussão.

A autoridade monetária ressaltou que mantém uma postura conservadora e baseada em dados, justamente para lidar com possíveis mudanças no cenário fiscal. O BC lembrou que medidas recentes, tanto fiscais quanto creditícias, chegaram a gerar preocupações no passado, mas acabaram não produzindo divergências relevantes em relação ao cenário projetado.

Essa abordagem cautelosa demonstra a determinação da autarquia em preservar a estabilidade monetária, mesmo diante de incertezas políticas ou fiscais. Ao priorizar a credibilidade, o BC reforça a confiança de investidores e agentes econômicos no compromisso de manter a inflação sob controle.


O que esperar daqui para frente

Com base na análise atual, o Banco Central sinaliza que a Selic em 15% deve permanecer nesse nível por um período mais longo do que o mercado antecipava. Essa decisão reflete o entendimento de que uma política de estabilidade é mais eficaz do que ajustes precipitados.

Manter os juros altos por mais tempo busca assegurar a convergência sustentável da inflação à meta e preservar o poder de compra no país.

O BC afirmou que seguirá guiado pelos dados econômicos, ajustando a política apenas diante de mudanças significativas nas projeções de inflação ou atividade.


Conclusão

O Banco Central demonstra confiança crescente na estratégia de manter a Selic em 15% até que a inflação atinja a meta de 3%. Essa postura firme, mas prudente, reflete o compromisso da instituição com a estabilidade de preços e com a solidez econômica do país.

Se mantida, a política atual pode consolidar no Brasil um ambiente de credibilidade, crescimento sustentável e estabilidade financeira com menor custo social.


Como a política de juros do Banco Central influencia a inflação e o crescimento econômico