Em 2024, o Brasil enfrentou um cenário econômico desafiador, com fuga de capital recorde de US$ 84,4 bilhões, segundo o Banco Central. O destaque foi o papel crescente das criptomoedas, que responderam por 20% dessas saídas financeiras. Essa movimentação reflete uma complexa interação entre juros elevados, dólar em alta e incertezas econômicas globais.
Impacto das Criptomoedas na Fuga de Capital
As criptomoedas, como Bitcoin e stablecoins, foram responsáveis por cerca de US$ 14 bilhões em saldo líquido de importações até outubro de 2024. Esse número equivale a quase 25% das saídas totais por vias financeiras, demonstrando, assim, como a fuga do capital no Brasil, por meio da dolarização de patrimônios via criptoativos, ganhou força entre os brasileiros.
Outros Fatores que Contribuíram para a Fuga do Capital no Brasil
Além das criptomoedas, o fluxo financeiro foi impactado, também, por fatores como as taxas de juros elevadas, a alta do dólar e a percepção de risco crescente no Brasil.
- Taxas de juros elevadas nos EUA: Juros acima de 4% atraíram investidores estrangeiros
- Dólar em alta: A valorização de 27% pressionou ainda mais a economia
- Deterioração fiscal: A incerteza econômica aumentou o risco percebido
Respostas do Banco Central e Medidas Fiscais
O BC tentou conter a valorização do dólar com leilões que injetaram US$ 32 bilhões no mercado. No entanto, apesar desses esforços, as reservas internacionais caíram 9,2%, atingindo o menor nível desde 2005.
Propostas para Regular as Stablecoins
Diante do crescimento no uso de stablecoins, o BC estuda restringir sua comercialização a VASPs autorizados. Além disso, também considera limitar transferências para carteiras autocustodiais.
Conclusão
O recorde de fuga de capital em 2024 reforça a necessidade de políticas econômicas eficazes para mitigar riscos. Além disso, com as criptomoedas desempenhando um papel significativo, o Banco Central busca regular o mercado para maior estabilidade.
Entenda o impacto das stablecoins no mercado financeiro brasileiro