O café robusta atinge uma máxima histórica impulsionado pela forte demanda e queda nas exportações do Vietnã, enquanto o açúcar bruto registra queda de 2,5%.
Os futuros do café arábica e robusta na ICE registraram um aumento expressivo nesta terça-feira, com ambos os tipos de café subindo mais de 6%. Em particular, o café robusta atingiu uma máxima histórica, impulsionado por uma demanda robusta e pela redução nas exportações do Vietnã. Por outro lado, o açúcar bruto experimentou uma queda de 2,5%, refletindo diferentes dinâmicas de mercado.
O contrato de setembro do café robusta, identificado pelo código RC2!, fechou em alta de 286 dólares, ou 6,6%, a 4.634 dólares por tonelada. Durante o dia, o robusta alcançou um recorde de 4.667 dólares por tonelada. Os negociantes atribuíram essa alta ao ritmo lento das exportações do Vietnã, o maior produtor mundial de café robusta. As exportações vietnamitas no primeiro semestre deste ano totalizaram 893.820 toneladas, representando uma queda de 11,4% em comparação ao ano anterior. Esse declínio nas exportações é um fator crucial que restringe a oferta e, conforme os negociantes, a situação pode ficar ainda mais apertada nos próximos meses até que a próxima colheita comece a ganhar ritmo em novembro.
O contrato de setembro do café arábica, sob o código KC2!, também subiu significativamente, com um aumento de 6,6%, fechando a 2,4995 dólares por libra. Este preço é o mais alto em quase dois anos e meio, tendo atingido 2,5235 dólares por libra durante o dia. A falta de chuvas em importantes áreas cafeeiras do Brasil, que não receberam as precipitações esperadas apesar das chuvas em algumas áreas centrais, contribuiu para essa alta no preço do arábica.
Por outro lado, o mercado de açúcar apresentou uma dinâmica diferente. O contrato de outubro do açúcar bruto, identificado pelo código SB1!, caiu 0,51 centavo, ou 2,5%, fechando a 19,62 centavos por libra-peso. Os revendedores mencionaram que as chuvas esperadas no centro-sul do Brasil poderiam aliviar as preocupações sobre o impacto do tempo seco na safra de cana 2024/25. Especificamente, espera-se que partes do Paraná e São Paulo recebam chuvas, embora algumas áreas na principal região de Ribeirão Preto dificilmente recebam precipitações significativas.
Além disso, o contrato de agosto do açúcar branco, sob o código SF1!, que expira na próxima semana, caiu 1,2%, fechando a 553,70 dólares por tonelada. A expectativa de chuvas nas regiões produtoras do Brasil, que podem melhorar as condições da safra de cana, está pressionando os preços do açúcar para baixo.
Esses movimentos nos mercados de café e açúcar refletem a complexidade e a volatilidade dos mercados de commodities agrícolas. A oferta e demanda são influenciadas por uma variedade de fatores, incluindo condições climáticas, políticas de exportação e produção global. No caso do café, a redução nas exportações do Vietnã e a falta de chuvas no Brasil estão criando um cenário de oferta restrita, elevando os preços. Por outro lado, as chuvas esperadas nas regiões produtoras de cana do Brasil estão aliviando as preocupações com a oferta de açúcar, pressionando os preços para baixo.
Em conclusão, enquanto o mercado de café está vendo aumentos significativos nos preços devido a restrições na oferta, o mercado de açúcar está experimentando uma queda nos preços, em grande parte devido à expectativa de melhores condições climáticas nas áreas de produção de cana no Brasil. Esses desenvolvimentos sublinham a importância de monitorar continuamente as condições de mercado e as previsões climáticas para entender e antecipar as flutuações nos preços das commodities agrícolas.