FMI recomenda aos Estados Unidos que aumentem os impostos para conter o aumento dos níveis de endividamento, apesar de elogiar o crescimento robusto da economia norte-americana.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou nesta quinta-feira aos Estados Unidos um aumento de impostos como medida para conter o aumento dos níveis de endividamento. Ao mesmo tempo, a instituição aplaudiu o crescimento “robusto e dinâmico” da economia norte-americana e reconheceu o progresso significativo no controle da inflação.
Revisão do “Artigo IV” e Recomendações
No comunicado de encerramento de sua revisão do “Artigo IV” das políticas econômicas dos EUA, o FMI destacou que os altos déficits e a crescente dívida representam um risco significativo tanto para a economia global quanto para a norte-americana. Estes fatores potencialmente aumentam os custos de financiamento fiscal e elevam o risco de dificuldades na rolagem das obrigações a vencer.
Previsões de Crescimento Econômico
O FMI revisou ligeiramente para baixo sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA em 2024, passando de 2,7% para 2,6%. Para 2025, o crescimento dos EUA deve cair para 1,9%, permanecendo acima de 2% até o final da década.
“A economia dos EUA tem se mostrado robusta, dinâmica e adaptável às mudanças nas condições globais”, afirmou o FMI. A instituição observou que tanto a atividade quanto o emprego continuam atendendo às expectativas e que o processo de desinflação tem sido menos oneroso do que muitos previam.
Previsão de Inflação
O FMI espera que a inflação nos EUA, medida pelo índice de Preços de Gastos com Consumo (PCE), retorne à meta de 2% do Federal Reserve até meados de 2025. Essa previsão é mais otimista do que a do próprio Fed, que projeta alcançar a meta apenas em 2026. Kristalina Georgieva, diretora-gerente do FMI, afirmou que a previsão otimista do Fundo se deve à diminuição dos fortes gastos dos consumidores e à desaceleração do mercado de trabalho.
Crescimento dos Déficits e Dívida
Apesar dos elogios ao desempenho econômico, o FMI expressou preocupação com os déficits crescentes nos EUA. Se a tendência atual continuar, a relação dívida/PIB pode atingir um preocupante nível de 140% até o final da década.
Diálogo com Janet Yellen
Em uma conversa com a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, reiterou a importância de avaliações francas e completas de todas as economias membros do FMI por meio do processo de supervisão anual. Elas discutiram o desempenho notável da economia dos EUA nos últimos anos, destacando o crescimento econômico e o emprego que continuam a superar as expectativas.