Em maio, a inflação no Japão acelerou devido aos impostos sobre energia, mas o índice que exclui combustíveis desacelerou pelo nono mês consecutivo. A decisão do Banco do Japão sobre a taxa de juros permanece incerta.
Núcleo da Inflação Acelera no Japão em Maio com Aumento de Impostos sobre Energia
Em maio, o núcleo da inflação do Japão acelerou, impulsionado por impostos sobre energia. No entanto, um índice que exclui o efeito do combustível desacelerou pelo nono mês consecutivo, complicando a decisão do Banco do Japão (BoJ) sobre quando aumentar a taxa de juros.
Dados de Inflação
O núcleo do índice de preços ao consumidor, que exclui alimentos frescos, aumentou 2,5% em maio em relação ao ano anterior. Este aumento foi devido, em grande parte, ao acréscimo na taxa de energia renovável, ficando próximo à previsão do mercado de um aumento de 2,6%. Contudo, a inflação medida por um índice que exclui alimentos frescos e combustíveis desacelerou para 2,1% em maio, de 2,4% em abril, marcando o menor aumento anual desde setembro de 2022.
Desafios para o Banco do Japão
O BoJ enfrenta um dilema com a desaceleração do “núcleo do núcleo” da inflação, um indicador essencial para entender os movimentos de preços impulsionados pela demanda. Este índice desacelerou pelo nono mês consecutivo, lançando dúvidas sobre a visão do banco de que o aumento dos salários sustentará o consumo e manterá a inflação no caminho para atingir de forma duradoura a meta de 2%.
Impacto dos Custos de Energia e Importação
A inflação de serviços do setor privado também desacelerou para 2,2% em maio, de 2,4% no mês anterior, sugerindo que as empresas continuam cautelosas em repassar os custos de mão de obra. Marcel Thieliant, chefe de Ásia-Pacífico da Capital Economics, observou que, apesar dos fortes aumentos salariais acordados nas negociações da primavera deste ano, ainda não há evidências significativas de que isso esteja impulsionando a inflação de serviços.
Perspectivas Futuras
Os analistas preveem que o núcleo do índice de preços pode acelerar para perto de 3% devido ao aumento dos custos das matérias-primas e ao enfraquecimento do iene, que eleva os custos de importação. No entanto, essa pressão pode prejudicar o consumo e desencorajar as empresas a aumentar os preços, dificultando os esforços do BoJ para manter a inflação subjacente em torno de sua meta de 2%.
O BoJ deve considerar vários fatores ao decidir sobre a taxa de juros, incluindo os impactos dos impostos sobre energia e a desaceleração do “núcleo do núcleo” da inflação. A decisão do banco será crucial para definir a trajetória econômica do Japão nos próximos meses.