Descubra como a pressão sobre os ativos brasileiros e os dados econômicos impactam as expectativas para a reunião do Copom, com foco nas taxas dos DIs e indicadores globais.
Pressão sobre Ativos Brasileiros e Movimentação dos DIs
Na última semana, os ativos brasileiros enfrentaram forte pressão, resultando em uma significativa queda nas taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) na sexta-feira (14). Esse movimento foi impulsionado por dados de atividade econômica no Brasil, mais fracos do que o esperado, e pela queda nos rendimentos dos Treasuries no exterior, permitindo um alívio nos prêmios da curva a termo. No entanto, as preocupações com a área fiscal permanecem no mercado.
Comportamento das Taxas dos DIs
A queda nas taxas dos DIs foi mais pronunciada nos contratos a partir de janeiro de 2026. Na ponta curta da curva, a precificação manteve a expectativa de fim do ciclo de cortes da taxa básica Selic na próxima semana, quando ocorrerá a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
Taxas dos DIs na Sexta-feira (14):
- DI Janeiro 2025: 10,65% (ante 10,665% do ajuste anterior)
- DI Janeiro 2026: 11,19% (ante 11,246% do ajuste anterior)
- DI Janeiro 2027: 11,505% (ante 11,604% do ajuste anterior)
- DI Janeiro 2029: 12,905% (ante 12,038% do ajuste anterior)
- DI Janeiro 2033: 12,09% (ante 12,243% do ajuste anterior)
Dados Econômicos e Influências Externas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defenderam o equilíbrio fiscal, contribuindo para o recuo das taxas na quinta-feira. Na sexta-feira, dados divulgados no Brasil e nos EUA continuaram a influenciar o movimento.
Números do Banco Central mostraram que a economia brasileira estagnou no início do segundo trimestre, frustrando expectativas. Em abril, o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) teve variação positiva de apenas 0,01% em relação ao mês anterior, bem abaixo da expectativa de alta de 0,45%.
Nos EUA, os rendimentos dos Treasuries exibiram leves baixas, continuando a tendência da semana após dados de inflação reforçarem as apostas de cortes de juros no país ainda em 2024. Isso ajudou a pressionar para baixo as taxas dos DIs no Brasil.
Expectativas para o Copom
A reunião do Copom na próxima semana é aguardada com grande expectativa. O mercado está precificando uma probabilidade de 90% de manutenção da Selic em 10,50% ao ano, com outros 10% de chances de um aumento de 25 pontos-base.
Sinalizações Fiscais
As sinalizações do governo sobre cortes de gastos também trouxeram um pouco de alívio. Haddad afirmou que a equipe econômica está focada na revisão de gastos públicos para o fechamento do Orçamento de 2025, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, indicou que apresentará medidas para cortes de despesas ao presidente Lula.
A semana que passou foi marcada por movimentos intensos nos mercados de ativos brasileiros, influenciados por dados econômicos fracos e decisões de política monetária no exterior. A próxima reunião do Copom será crucial para definir a trajetória da taxa Selic e as expectativas dos investidores.